sexta-feira, 1 de março de 2013


Capítulo 1

Joe Jonas não estava de bom humor. A semana toda fora cansativa e, no momento precisava
consolar seu vizinho, Eddie, que acabara de perder seu touro premiado. O animal era cria de um grande campeão. Joe se sentia tão triste quanto o amigo.
— Ele estava bem ontem — murmurou Eddie, enxugando, o suor do rosto e inclinando-se
sobre o corpo do animal morto, que não apresentava sinal de nenhum ferimento — Não sou o
primeiro fazendeiro a perder um touro premiado, mas as circunstâncias desta morte são muito suspeitas.
— Tem razão — concordou Joe com tristeza, os olhos escuros examinando o animal morto
— É apenas um palpite, mas teve algum problema com os empregados da fazenda? Christina Lohn acabou de informar que um de seus touros morreu de causa desconhecida. Isso aconteceu depois que demitiram um homem chamado Wilmer Valderrama, há algumas semanas. Ele agora trabalha para Duke Stamos, e dirige um caminhão de gado.
— Ian Somerhalder disse que devido ao inchaço do animal, a causa da morte foi timpanismo, ele é guarda-florestal — lembrou Fred — Caso houvesse ocorrido sabotagem na fazenda onde é coproprietário com Christina, creio que já saberíamos — balançou a cabeça com o gesto decidido
— Não.O touro deles ficava na pastagem infestada de trevos, e não tomaram providência. Mesmo assim a doença pode ser tratada, quando descoberta a tempo. Falta de sorte por não ter verificado aquele gado antes.
— Eles têm mais quatro touros ainda vivos — replicou Joe
Eddie deu de ombros.
— Talvez os animais de lá não gostem de trevos ou não estivessem todos no mesmo pasto.
Tenho certeza de que o touro morreu de inchaço. Pelo menos é o Ian acha. Ele disse que
Christina é a única pessoa que a acredita que foi sabotagem. — Eddie passou as mãos pelos
cabelos prateados — Mas, respondeu sua pergunta, sim. Ando pensando um ex-empregado
resmungão, entretanto isso aconteceu a mais de dois anos.Mas sei que não foi timpanismo, pois seu gado toma antibiótico.
De modo triste, Eddie voltou a olhar para a carcaça. Estava com problemas financeiros que
jamais enfrentara, mas era orgulhoso demais para confessar a Joe a gravidade da situação.
Limitou-se a dizer:
— Este touro não estava no seguro, e não posso substituí-lo, pelo menos não nesse
momento.
Tratou de falar o mínimo possível para que o amigo não percebesse que estava na
bancarrota. Porém Joe replicou:
— Esse problema podemos solucionar. Tenho um belo touro Salers que comprei há dois
anos, e chegou na hora de substituí-lo. Adoraria ter comprado o seu, pois desejo fazer
reposição. Pode ficar com o meu na época do acasalamento.
Eddie parecia estupefato, pois sabia quanto custava um animal como aquele.
— Não posso permitir que faça isso Joe.
— Claro que pode! Não estou fazendo isso de maneira totalmente desinteressada, meu caro.
Ficarei com algumas crias que ele gerar.
Eddie soltou uma risada.
— Você é terrível! Nesse caso eu aceito a proposta. Mas ficarei mais tranqüilo se um homem
ficar de guarda a noite.
Joe  esticou os músculos doloridos e puxou o chapéu sobre os cabelos castanhos, com
mechas douradas. Estavam no final de setembro, mas em Jacobville, no sudeste do Texas, ainda fazia muito calor. Estivera amanhã toda movimentando o gado e sentia-se exausto.
— Vamos tratar da segurança do touro — respondeu com simplicidade — Tenho dois peões
machucados que estão inativos. Continuam na folha de pagamento, portanto podem ficar bem sentados aqui e vigiar o animal, enquanto se recuperam. E nós o alimentaremos.
Foi à vez de Eddie rir.
— Isso que chamo de ótima solução. Cada touro desses como por três homens.
— Não me importo Eddie.
O bom homem voltou o olhar para o animal morto.
— Ele era o meu melhor Joe. Tinha tantas esperanças a seu respeito.
— Sei disso. Mas existem outros campeões.
— É bem verdade — Eddie estacou, vendo alguém se aproximar e murmurou espantado —
Minha… Filha?
Demi tinha cabelos e olhos castanhos claros, luminosos. Já tentara ser loira, mas voltara à cor
natural do cabelo, e no momento a cabeleira sedosa chegava até sua cintura. Era pequena e
delgada, possuía lindos seios e pernas bem torneadas.
Entretanto, naquele instante, poderia ser confundida com um jovem vaqueiro qualquer.
Estava coberta de lama da cabeça aos pés. Carregava uma sela sobre os braços delicados, e
inclinava-se para frente, a fim de suporta o peso. Apenas os olhos estavam visíveis, em meio á mascara de sujeira.
— Olá papai — saldou com animação — Olá, Joe. Lindo dia, não?
Do mesmo modo que Eddie, Joe Jonas arregalou os olhos escuros. Acenou para a jovem, sem
conseguir falar.
— O que andou fazendo? — perguntou o pai, enquanto Demi continuava seu caminho.
— Andando a cavalo — replicou a filha em tom alegre.
Demi chegou no portão de casa e chamou por Bertha, enquanto o pai murmurava:
— Não me lembro da última vez que a vi montar.
— Nem eu — admitiu Joe
— Ela está com essa mania — continuou Eddie, balançando a cabeça com gesto confuso —
Primeiro ajudou a preparar os fardos de feno. Depois resolveu cuidar do gado, e agora montar. — Pigarreou contrafeito — Não sei o que está acontecendo. Antes só pensava em continuar os estudos de psicologia e, de repente, disse-me que queria aprender tudo da fazenda. — Ergueu as mãos num gesto de desespero — Jamais entenderei os filhos. E você?
Joe sorriu.
— Não me pergunte. A paternidade não me atrai. Voltando ao touro, vou fazer com que o
tragam agora mesmo, e meus homens virão com ele. Se tiver mais problemas, basta me
informar.
Edddie sentia-se aliviado. Os Jonas possuíam cinco fazendas, e ninguém na região tinha mais
poder político e financeiro que eles. O empréstimo do touro faria com que recuperasse os
prejuízos e voltasse a equilibrar um pouco de suas finanças. Joe era um cavalheiro, pensou com afeição.
— Estou muito agradecido — disse com a voz rouca — Os tempos não tem sido fáceis.
Joe apenas sorriu. Sabia que os Lovatos estavam passando por momentos financeiros
difíceis. Havia anos que ele e Eddie trocavam e negociavam touros, embora menos caros do que o que morrera, e com freqüência fazia negócios juntos. Sentia-se feliz por poder ajudar o velho amigo.
Pensou sobre o estranho procedimento de Demi. Ela passara messes tentando seduzi-lo com
blusas decotadas e vestidos sensuais e, estava sempre por perto quando ele ia visitar Eddie a
trabalho. De modo divertido, lembrou-se que Demi não sabia fazer papel de mulher fatal.
Apesar de seus vinte e um anos, nada possuía em comum com a amiga Ashley quatro anos
mais velha, e que poderia dar aula de sedução a lendária Mata Hari.
Focalizando o pensamento em Ashley, imaginou se Demi sabia a respeito do encontro de
ambos em Houston. Às vezes amigas poderiam se tornar as maiores rivais quando surgia um
pequeno problema, conclui consigo mesmo.
Por sorte Demi apenas sentia um entusiasmo juvenil a seu respeito, que desaparecia assim
que soubesse da traição de Ashley. Demi era jovem demais para ele, conclui Joe, e quanto mais cedo percebesse isso, melhor, pensou.
Além disso, lembrou, que historia era aquela de bancar a fazendeira? Estaria com idéias de
independência? Jamais demonstrara rebeldia antes, e sua nova aparência era espantosa. Afinal,se havia algo que sempre admirava na filha de Eddie era a feminilidade. Demi de calças
jeans enlameado era um horror.
Joe deixou Eddie no pasto e dirigiu de volta para sua fazenda, a mente ocupada em descobrir
o que matara o jovem touro.
Demi ouvia a governanta do lado de fora do banheiro.
— Vou me limpar logo, Bertha. È só um pouco de sujeira.
— É lama vermelha. Jamais saíra. Vai ficar com essa cor da cabeça aos pés, pelo resto da
vida. As pessoas irão pensar que é uma índia.
Demi soltou uma gargalhada enquanto tirava o resto da roupa e entrava dentro do chuveiro.
Bertha era uma grande estudiosa da história norte-americana e tinha um pavio curto. Porém era um anjo de bondade, e sempre velara por ela depois que sua mãe falecera, anos atrás. Por sorte tia Lygia não ficara ali para tomar conta da casa, pensou Demi, e os visitava apenas de vez enquanto.
A tia parecia uma velha debutante, sempre preocupada com as roupas. Demi conclui que
lembrava muita a sua mãe, que tentara criá-la como uma flor de estufa em um ambiente de
mulheres decididas e fortes, e que ficaria horrorizada se a visse naquele momento, enlameada e suja.
A jovem não fazia o gênero sofisticado, entretanto tia Lygia ajudara a custear os estudos e,
esperava que a sobrinha demonstrasse algum agradecimento.
Demi terminou o banho, colocou roupas limpas e começou a limpar o chão de ladrilhos.
Gostava de ajudar Bertha na arrumação da casa, embora, também achasse que a mãe ficaria
escandalizada se a visse de cócoras, limpando o banheiro.
Sempre ajudara Bertha em tudo, menos na cozinha. Não possuía o mínimo dom para a
culinária. Entretanto, nos últimos tempos, esse era seu grande projeto. Estava passando por
uma fase de melhoramentos. Primeiro aprenderia tudo sobre a fazenda e, depois, tentaria ser
uma boa cozinheira, para agradar Joe Jonas.
Gostaria de ter sido a primeira a ter essa idéia, mas na verdade fora Ashley a mentora. A
amiga lhe confidenciara que Joe  confessara não se sentir atraído por Demi, por que ela não
entendia nada sobre fazendas. Vestia-se bem demais, era muito elegante e sofisticada, dissera ele. E o pior era que não sabia cozinhar.
Portanto, se Demi desejava fisgar Joe  precisava empreender uma grande transformação em
si mesma.
Parecia ser um bom plano, elaborado por Ashley que era sua amiga desde do primário,
quando os Greenes tinham se mudado para a propriedade vizinha. Demi aceitava de bom grado as sugestões da outra, que considerava leal e sincera, só desejando o seu bem.
Decidira ficar em casa e não voltar para a faculdade. Mostraria a Joe Jonas, que podia ser a
mulher que lhe atraía. Iria se empenhar tanto, disse consigo mesma, que teria sucesso.
Ao descer a escada de madeira para o vestíbulo, Demi admitiu em pensamento que não era
uma grande amazona, mas, sendo filha de fazendeiro, iria praticar e melhorar o desempenho.

Uma semana mais tarde, Demi estava fazendo biscoito na cozinha, pelo menos tentando
aprender, quando deixou cair com força o saco de farinha sobre o balcão, e ficou branca da
cabeça aos pés.
Foi naquele momento que seu pai entrou, seguido de Joe.
— Demi? — exclamou Eddie arregalado os olhos.
— Olá, papai. Como vai Joe? — saudou com um amplo sorriso no rosto enfarinhado.
— O que está fazendo? — questionou Eddie.
— Guardando a farinha no pote — mentiu ela.
— Onde está Bertha?
— Arrumando a casa, acho.
— Tia Lygia está aqui.
— Foi jogar cartas com os Harrison
— Se não é carteado, é golfe, ou então tênis — resmungou Eddie — Será que virá hoje tratar
de negócios comigo?
Possuía em conjunto com Lygia algumas ações da falecida esposa, e precisava do seu
consentimento para vendê-las. Isso, se conseguisse se encontrar com a irmã!
— Tia Lygia disse que só virá no sábado, pai.
Eddie deixou escapar um suspiro irritado.
— Bem, venha comigo Joe! Mostrarei a você as ações que desejo vender e poderá me
aconselhar. Estão na minha escrivaninha. Lygia e seu maldito jogo de cartas. Fico de mãos
amarradas, enquanto minha irmã se preocupa apenas em se divertir.
Joe lançou um olhar curioso sobre a figura de Demi  que mais parecia um fantasma, mas foi
embora, evitando falar. Minutos depois deixou a casa, sem voltar a vê-la.
Nas semanas seguintes Demi continuou coma campanha de aprimorarão, aprendendo a
laçar novilhos com o velho John. Já conseguira passar o laço na cabeça de madeira de uma vaca,portanto concluíra que era hora de tentar fazer isso ao vivo.
Seguiu as instruções de John, e laçou a corda sobre o novilho, mas o animal foi mais esperto
e começou a correr em volta do curral como uma flecha, tentando se livrar. Joe estava passando por ali naquele momento, para a infelicidade de Demi, e viu John
alcançar o bezerro e atirá-lo ao chão, enquanto a lama voltava a cobri-la da cabeça aos pés.
Apesar de não dizer nada, Joe começou a rir. Demi não conseguia falar, com a boca cheia de
lama. Impotente, olhou para os dois homens, deu as costas,e dirigiu-se para a porta dos fundos, respingando um líquido escuro e sujo.
Um banho e roupas limpas melhoraram sua aparência e odor. Conformou-se a não mais
encontrar Joe,  portanto não se importou em caprichar no vestido e na maquiagem. Entrou na cozinha usando jeans e uma camiseta larga, de rabo de cavalo e descalça.
— Vai pisar em algum caco de vidro e se ferir — alertou Bertha, virando-se para olhá-la,
enquanto preparava a massa da torta.
demi segurou a governanta pelas costas, enlaçando-lhe a cintura larga. Não conseguiria
imaginar a vida sem a senhora de cabelos grisalhos e olhos azuis bondosos.
— Bertha querida o que faríamos sem você?
— Largue-me sua pestinha — resmungou a senhora, com um falso olhar severo — Sei o que
anda tramando.
A jovem lançou-lhe um olhar malicioso, e começou a brincar com a ponta do avental de
Bertha.
— Pare com isso, ou não ganhará torta no jantar — ralhou à senhora
Demi riu, e ajeitava o laço do avental, quando alguém entrou na cozinha.
— Pare de ensinar bobagens para a senhorita Demi — gritou Bertha, sem olhar para trás
— Quem?Eu? — exclamou Joe em um tom surpreso
— Oh! Joe! Desculpe, pensei que fosse o velho John — explicou a governanta, voltando-se
para ele com um sorriso bem-humorado.
Demi sentiu o coração aos pulos. Joe não fora embora, afinal! E ela não se preparara bem
para recebê-lo!
Lá estava o homem de seus sonhos, diante dela, descalça e de rabo-de-cabelo! Sem perceber,
continuava fingindo dar o laço no avental de Bertha, e o ouviu dizer em tom brincalhão:
— Deixa a pobre senhora em paz. Demi voltou-se e o encarou.
— Olha quem fala! Sua empregada vive se queixando de que está sempre brincando com ela
e atrapalhando o serviço!
Joe deu de ombros e perguntou
— O que está fazendo Bertha?
— Torta. E já vou avisar que não sei fazer biscoitos.
Todos conheciam a paixão de Joe por biscoitos amanteigados, e ele resmungou:
— Tirei aquele cozinheiro do restaurante em que trabalhava, só por que disse que sabia
preparar biscoitos do jeito que gostei. Precisei mandá-lo embora no dia seguinte por que era um farsante.
— O homem ficou furioso — comento Bertha, continuando com suas tarefas.
— Sujeito nervoso — murmurou-Mas tem certeza que não sabe fazer biscoitos? Já tentou?
— Não, e me recuso a tentar!
Joe suspirou
— Foi só uma sugestão… Entretanto… torta também é boa. Faz tanto tempo que não como
uma.
— Diga a Edddie para convidá-lo para o jantar — sugeriu Bertha.
Joe virou-se para Demi 
— Sua filha não pode representá-lo?
Demi não conseguira falar, presa da grande emoção, e seu mutismo deixou Joe inseguro.
Ficou parado, fitando-a, e isso a perturbou ainda mais. Sabia que estava horrorosa. Segundo
Ashley, Joe desejava uma mulher que soubesse laçar o gado, cozinhar, e ser bonita também.
Mas naquele momento ela estava parecendo um espantalho.
Mordeu o lábio e sentia que ia chorar.
— Ora o que aconteceu, Demi? — perguntou Joe em um tom meigo que jamais usara com
ela.
— Preciso deixar a massa crescer — resmungou Bertha, interpondo-se sem perceber o que
acontecia a suas costas — Enquanto isso vou enxaguar algumas roupas.
A porta da cozinha se fechou discretamente, mas nem Joe e Demi perceberam.
Ele se aproximou da jovem e, de repente, as mãos grandes estavam no ombro delicados,
fazendo-a sentir um estranho e delicioso calor.
Demi prendeu a respiração e fitou os olhos escuros de Joe sérios e sinceros. Pareciam vê-la
pela primeira vez e… estava muito feia! Lembrou-se, com um estremecimento.
Vamos lá — disse ele num tom de adulação — Conte-me qual é o problema. Se puder
ajudar…
Os lábios de Demi tremiam, e pensou que seria bom arrumar uma desculpa bem depressa,
antes que fosse embora.
— Fiquei machucada — mentiu de modo deslavado — Quando o novilho me arrastou pelo
curral.
— Verdade?
Joe  mal ouvia. Seus olhos fixavam a boca delicada e bonita, que parecia uma rosa e deixava
entrever dentes brancos e prefeitos. Imaginou se a jovem já fora beijada. Parecia nunca ter saído com rapazes, apesar de Ashley ter dito que Demi tinha dúzias de flertes e era muito
namoradeira.
No momento Demi sentia as pernas bambas. A qualquer instantes, pensou, iria cair. Joe
sentiu-a estremecer sob o toque das suas mãos, e franziu o cenho. Se era tão descolada com
rapazes, como Ashley dissera, por que parecia tão tímida?Uma mulher experiente aproveitaria o momento e o enlaçaria pelo pescoço, atraindo-o para um beijo. Pensando nisso, de modo instintivo, puxo-a para si.
— Venha cá — murmurou com voz rouca. Sentiu os seios de Janie de encontro ao tórax musculoso, e fitou os olhos castanhos e brilhantes. Ela colocara a mão sobre a sua
camisa, mas com timidez, como se não soubesse o que fazer.
Joe suspirou de modo involuntário. Precisava lutar contra a onda de desejo que o possuía
naquele momento. Demi era uma menina, filha de seu amigo e parceiro. Alguém intocável,
pensou. Então porque ficava olhando para seus lábios, e suando ante a aproximação dos seios
firmes de encontro ao seu corpo?
— Pare de apertar minha camisa — disse em voz baixa — Espalme as mãos em meu peito.
Ela obedeceu, como se fosse uma criança pequena aprendendo a andar. Ficou muito quieta,
rezando para que ele não recuperasse o bem senso e se afastando correndo, e evitava até mesmo respirar para não distraí-lo. Joe parecia estar em transe, e esse era um sonho que se tornava realidade, pensou ela.
— Não sabe o que fazer? — murmurou ele, sorrindo.
De modo lento, inclinou a cabeça e beijo-a nos lábios entreabertos, deslizando as mãos até a
cintura fina, e enlaçando-a. Demi mal conseguia respirar ou se mover, e o beijo se intensificou, se tornado uma caricia sensual, enquanto Demi continuava a deslizar as mãos fortes até o quadril delicados, fazendo-a de repente, afastar-se com ímpeto.
— Muitos namorados hein? — comento ele com ironia, sem que Demi compreendesse o que
quis dizer. Ergue as mãos e segurou-lhe o queixo com delicadeza — mas continue sendo assim.
Com um gesto suave, retirou o elástico dos cabelos cumpridos, que caíram, emoldurando o
rosto bonito da jovem.
Para ela, tudo isso era um devaneio maravilhoso. Ali, em plana luz do dia, na cozinha onde
tentava com tanto afinco aprender a cozinhar para agradá-lo.
Naquele instante Joe deixou escapar um gemido profundo, e apertou-a de encontro ao
peito, como se não pudesse controlar. Tinha certeza que, apesar de inexperiente, Demi sabia que o deixara muito excitado, mais isso era um segredo entre os dois, e assim deveria permanecer.
Era errado, disse a si mesmo. Precisa retomar o bom senso.
Afastou-se de modo relutante, mentalmente recitando a tabuada, a fim de recobrar o
autocontrole.
Aquele impulso irracional o incomodava. Não compreendia com perdera o controle daquele jeito. Demi era muito mais nova, mas parecia que seus instintos masculinos não pensavam assim, conclui,aborrecido consigo mesmo.
— Isso não deveria ter acontecido — murmurou afinal com voz rouca — Você é muito
criança, e eu velho o suficiente para não tomar atitudes estúpidas. Está me ouvindo? desculpe.
Com o rosto corado, Demi replicou:
— Sinto muito também
Joe enfiou as mãos no bolso na calça, de modo agressivo, e resmungou:
— Raios! A culpa foi minha também.
— Sem problemas — replicou Demi com meiguice — Gosto de aprender uma lição nova
sempre que é possível. E não tenho muitas oportunidades por aqui, onde só existem peões que mascam fumo e cospem no chão. Aposto que você não sai com mulheres que cheiram mal. Porém Joe fitava os cabelos que caiam sobre o rosto de Demi e seu sorriso encantador.
— Posso jantar aqui? — murmurou hipnotizado pelos olhos da moça que não o deixava, — Se
dizer que sim, vou pensar em lhe dar algumas aulas. Mas apenas o básico, é claro — conclui
com um sorriso zombeteiro.




* Bom gente por hoje é só. Espero que gostem e por favor comentem e me deixem saber se estão gostando e principalmente se devo continuar.

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